O nó do amor [1]
Ligia Gomes Víctora[2]
O que eu apresento a vocês hoje é um trabalho em desenvolvimento. Uma questão que ficou a partir dos nossos estudos no Cartelão e no Seminário de Topologia da APPOA, que eu pensei em dividir com vocês, justamente para avançarmos nesta discussão, pois Lacan a deixou em aberto e não foi devidamente desenvolvida depois. [3]
O que eu apelidei de nó do amor, seria a maneira de se manterem juntos um homem e uma mulher, ou um casal qualquer de seres. Dois seres heterodoxos, como sujeito e objeto de desejo, que, como Erastés e Eroménon de Platão, podem trocar de posição um com o outro, num movimento de gangorra – onde: ora um é o amante e idolatra o amado – que fica se fazendo – ora é o amado que cai para a posição de apaixonado, suplicante pelo outro. E o que antes amava é agora o amado. Para ilustrar este jogo, Lacan nos deixou esta maravilha que é o Nó do fantasma – reapresentado como Nó da relação sexual.
A questão é – será que este nó dá conta de uma especificidade que possa, finalmente, justificar ou esclarecer a diferença sexual?
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[1] Apresentação na Jornada da APPOA em Porto Alegre, outubro de 2012.
[2] Psicanalista. Membro da APPOA; membro da ALI. Responsável pelos Seminários de Topologia da APPOA. E-mail: ligia@victora.com.br